sexta-feira, 31 de julho de 2009

05/Agosto


05/Agosto - Dia da Fundação do Instituto Pasteur de São Paulo

Incrustado na sofisticada Avenida Paulista, centro financeiro do mais pujante estado da federação, encontra-se o Instituto Pasteur de São Paulo, instituição centenária, hoje vinculada à Secretaria de Saúde do estado e dedicada à pesquisa, ao tratamento e ao controle da raiva. Com um conjunto arquitetônico formado por um singelo sobrado e um grupo de pequenas edificações que abrigam seus laboratórios, o instituto destoa dos imponentes edifícios de instituições comerciais e financeiras que preenchem a maioria dos espaços daquela avenida, sendo seu prédio central um exemplar da arquitetura eclética que orientou a construção da maioria das casas que, no começo do século XX, vieram abrigar a enriquecida elite cafeeira que aos poucos migrava das regiões interioranas para a capital em expansão.

O Instituto Pasteur de São Paulo foi criado em 1903 como uma instituição privada e filantrópica, por um grupo de médicos e beneméritos paulistas interessados no desenvolvimento das ciências biomédicas e da saúde coletiva no estado. No entanto suas origens remontam a um período ainda mais distante, pois desde o final do Império, em virtude do desenvolvimento advindo da expansão da cafeicultura e da imigração, o governo paulista ampliou seu empenho na melhoria das condições de saúde da província. Em 1895, quando os telégrafos anunciaram a descoberta da vacina contra a raiva pelo eminente cientista francês Louis Pasteur, o governo de São Paulo intentou a criação de uma instituição com a denominação de Instituto Pasteur, que deveria se dedicar ao tratamento profilático dessa doença, responsável por muitas vítimas fatais no estado. Apesar de os primeiros passos para a criação do instituto ter sido dado com a votação de recursos e a desapropriação de um terreno destinado à construção de um prédio para a instituição, o projeto não foi adiante; os agredidos por animais em São Paulo passaram a ser enviados para o Rio de Janeiro, onde um recém-criado instituto, também com a denominação Pasteur, começou a elaborar o tratamento anti-rábico.

O fracasso da primeira iniciativa dos poderes públicos não impediu que o projeto se realizasse. O Instituto Pasteur de São Paulo acabou se estabelecendo pela ação de um grupo de médicos e filantropos da sociedade local. Tudo começou com a iniciativa do jovem médico Ulysses Paranhos e do clínico português Bittencourt Rodrigues, que moveram uma campanha com o objetivo de criar uma instituição anti-rábica na cidade. Logo, Ignácio Wallace da Gama Cochrane, ex-deputado e diretor da Superintendência de Obras Públicas do estado, e o desembargador José Maria do Valle encamparam a idéia, conseguindo fundos junto à elite econômica paulista para estabelecer o instituto, que seria inaugurado em 5 de agosto de 1903.

De 7 de novembro de 1903 — quando o Instituto Pasteur iniciou o tratamento de seu primeiro paciente — ao início do ano seguinte, os atingidos por animais doentes ou suspeitos eram atendidos no consultório do dr. Bittencourt Rodrigues. Em 18 de fevereiro de 1904 a instituição foi inaugurada oficialmente no prédio à Avenida Paulista, onde se encontra até os dias de hoje. O imóvel pertencia a um grupo de médicos e funcionava como uma casa de saúde. Fora adquirido, em 1903, com dinheiro proveniente de doações e logo passou por um conjunto de pequenas reformas.

A organização do instituto previa a existência de um conselho diretor, que foi composto por Ignácio Wallace da Gama Cochrane (presidente), Bettencourt Rodrigues (vice-presidente), José Maria do Valle (tesoureiro), Alberto Seabra e Joaquim José da Nova (ambos secretários). Para o cargo de diretor técnico foi contratado o médico italiano Ivo Bandi, que permaneceu apenas um mês na direção do instituto. Após várias tentativas de se contratar um renomado cientista estrangeiro para dirigir a instituição, no final de 1905 o médico italiano Antonio Carini, na época trabalhando em Berna, na Suíça, aceitou ocupar o cargo.

O período de 1906 a 1915 foi bastante profícuo para o instituto, que sob a direção de Carini transformou-se em uma importante instituição anti-rábica, também voltada para pesquisa e atividades de formação de quadros técnicos no campo da microbiologia. Além disso, o Instituto Pasteur dessa época também produzia e comercializava diversos produtos de uso médico e veterinário, como vacinas, soros e reagentes para diagnósticos.

Em conseqüência de uma missão solicitada ao Instituto Pasteur pela Secretaria de Agricultura do estado, Antonio Carini acabou desempenhando um papel fundamental na história do combate à raiva, ao demonstrar que a doença em herbívoros domésticos como bovinos e eqüinos podia ser transmitida pelo morcego hematófago. Isto se deu em 1911, quando Carini, investigando um surto de doença nesses animais na zona rural de Santa Catarina, notou que os casos ocorriam nas duas margens do rio Itajaí, em locais cuja travessia seria impossível para um cão. Observando a região, o médico constatou a existência de morcegos hematófagos e indícios de ataque destes aos herbívoros. Aventou, então, a hipótese de que a doença a atingir a região seria a raiva, transmitida pelo morcego hematófago. De volta ao Instituto Pasteur comprovou sua hipótese em laboratório. Sua teoria, entretanto, somente foi aceita anos mais tarde, quando dois pesquisadores alemães fizeram a mesma constatação.

A partir de 1914, com as dificuldades econômicas provenientes do advento da I Guerra Mundial e em virtude do desenvolvimento de instituições estaduais que desempenhavam algumas das funções do instituto — como o Butantã, fabricante de um grande número de produtos biológicos, e a Faculdade de Medicina, responsável pela formação médica —, a visibilidade da instituição começou a declinar e, junto com ela, as doações que a mantinham também se reduziram. Logo ingressou em uma forte crise financeira, agravada ainda mais com a progressiva diminuição dos subsídios vindos de diversas municipalidades e do governo estadual, e em pouco tempo as rendas auferidas tornaram-se insuficientes para a manutenção do instituto no âmbito privado.

Por se tratar de um serviço voltado à saúde pública, o governo estadual interessou-se em dar continuidade às atividades anti-rábicas já desenvolvidas pelo Instituto Pasteur. Assim, celebrou-se um acordo com a instituição, transferindo-a para o Serviço Sanitário do estado. Pelos termos do acordo, ficava o serviço público responsável somente pela preparação da vacina e pelo atendimento aos vitimados por animais suspeitos. Em 21 de março de 1916 efetivou-se a doação da instituição ao governo paulista, marco de encerramento da primeira fase do Instituto Pasteur de São Paulo.

Durante dois anos o serviço anti-rábico do estado funcionou de forma provisória no Instituto Bacteriológico, enquanto o prédio do Instituto Pasteur era reformado. Em 1918 o instituto foi reinaugurado como instituição estadual. Seu prédio ganhou novas feições. Para dirigi-lo foi convidado o médico Eduardo Rodrigues Alves, que permaneceu 30 anos à frente da instituição. Nessa segunda fase do instituto diminuíram consideravelmente as pesquisas científicas, devido ao pequeno número de funcionários, sendo os recursos para esse campo aplicados apenas no aperfeiçoamento das técnicas de fabricação da vacina, no soro anti-rábico e em diagnóstico e tratamento anti-rábico. Os relatórios de Eduardo Rodrigues Alves à direção da Saúde Pública mostram que sua principal preocupação era o controle da doença, que deveria se dar pela eliminação dos cães vadios. Em vários trechos desses documentos, Alves apresenta propostas para a melhoria dos serviços de recolhimento de cães e o estabelecimento de normas para a criação doméstica destes animais. O longo período que se estende entre a transformação do instituto em instituição pública e a década de 1970 são marcados por uma limitação na atuação institucional. Seus diretores se empenham fortemente na normalização da criação animal doméstico e no combate aos cães vadios, no entanto as instituições que poderiam se responsabilizar por tais serviços estavam na órbita das municipalidades, e na maior parte das vezes não havia muito interesse em priorizar tal questão.

Durante quarenta anos a população do município de São Paulo cresceu vertiginosamente, passando de 580 mil em 1920 para 3,7 milhões de habitantes em 1960. O controle da raiva tornou-se difícil, e aumentou a procura ao Instituto Pasteur por parte da população, sobrecarregando suas atividades de atendimento médico e de produção de soros e vacinas. A situação levou à decisão de passar a fabricação dos soros e vacinas para o Instituto Butantã, em 1958, cabendo ao Instituto Pasteur o tratamento dos pacientes, o diagnóstico de laboratório com a aplicação de novos métodos e a aplicação de soros e vacinas. No mesmo ano foi criado um fundo especial destinado à pesquisa, e o Instituto Pasteur pôde voltar a privilegiar as pesquisas para o estudo da raiva.

No início da década de 1970 o problema do controle da raiva no estado de São Paulo estava na ordem do dia, e o Instituto Pasteur passaria a protagonizar as ações neste campo. Em 1972 promoveu o Seminário Internacional Sobre Técnicas de Controle da Raiva. O evento foi determinante para a criação da Comissão Permanente de Controle da Raiva no estado, cuja atividade está hoje vinculada à Coordenação dos Institutos de Pesquisa (CIP). Em 1975, em face de uma recomendação da Organização Pan-americana de Saúde e do Ministério da Saúde, o estado de São Paulo começou a implantar um programa de controle da raiva — antes mesmo de o Ministério da Saúde implementar ações nesse sentido. A partir de então, com a vacinação canina, ocorreu uma importante queda no número de casos de raiva humana no estado: de cerca de 20 casos anuais na década de 1970, passaria para oito em 1982; entre 1983 e 1992 a média anual foi de dois casos; de 1993 a 1997, um caso a cada dois anos; e desde então apenas um caso, em 2001, foi diagnosticado, cujo vírus era proveniente de morcego hematófago.

De modo muito geral, podemos dividir a história do Instituto Pasteur em quatro grandes fases. A primeira, quando ele ainda era uma instituição privada, é marcada por seu grande desenvolvimento no campo do tratamento anti-rábico associado à pesquisa, ao ensino e à elaboração de produtos biológicos. Na segunda fase, já sob o controle do estado de São Paulo, trilhou períodos de maior ou menor desenvolvimento, conforme os momentos políticos e econômicos do país, tendo sua atuação, na maior parte do tempo, limitada ao diagnóstico e tratamento da raiva e sofrendo dificuldades de se fazer ouvir acerca de suas propostas para o controle da doença. Na década de 1970 o instituto ingressa na terceira fase de sua história, retomando sua vocação de uma ação mais ampla de combate à raiva, que engloba o controle diagnóstico e o tratamento da doença. A partir de 1996, quando se tornou responsável por todas as questões relacionadas com a raiva, a instituição se aprimora e colhe os frutos de seus esforços, caracterizando-se como laboratório de referência nacional para a doença e coordenando os sistemas de controle e avaliação dos laboratórios de raiva dos Ministérios da Saúde e da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. No âmbito estadual, reunindo todas as atividades relativas ao controle da raiva, o Instituto Pasteur integra profissionais de diferentes formações, o que facilita o equacionamento das questões nas diversas áreas dedicadas ao controle da doença.

05/Agosto – Dia Nacional da Saúde

O Dia Nacional da Saúde é comemorado em 05 de agosto, data em que, em 1872, nasceu Oswaldo Gonçalves Cruz, médico brasileiro que atuou como Diretor-Geral de Saúde Pública de 1903 a 1907. Oswaldo Cruz ingressou na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro aos 15 anos e quatro anos depois se especializou em Bacteriologia no Instituto Pauster de Paris. Ao voltar da Europa engajou-se na luta contra a peste bubônica que assolava o Porto de Santos.

Em 1903, o médico foi nomeado Diretor-Geral de Saúde Pública, cargo que corresponde atualmente ao de Ministro da Saúde. Durante o tempo em que ocupou este cargo (1903-1907), Oswaldo Cruz combateu rigorosamente a febre amarela, a peste bubônica, e a varíola.

Em novembro de 1904, estourou na capital, Rio de Janeiro, a Revolta da Vacina, levante popular contrário à uma medida do governo que restabelecia a obrigatoriedade da vacinação antivariólica. Apesar de o governo ter derrotado os revoltosos, foi revogada a obrigatoriedade da vacinação.

Quatro anos depois, uma violenta epidemia de varíola levou a população em massa aos postos de vacinação. O Brasil reconhecia então, o valor de seu sanitarista. Em 1913 foi eleito para Academia Brasileira de Letras. Quatro anos depois, sofrendo de insuficiência renal, morreu com apenas 44 anos de idade.

O cuidado com a saúde é um hábito que todos devem ter. Estar sadio vai muito além do conceito de ter um bom estado do organismo, vigor e disposição. Ter saúde é saber equilibrar três fatores: bem estar físico, mental e social. Essa proporção harmônica é conseguida por meio de uma alimentação equilibrada, a base de frutas, legumes e carnes, pela prática de exercícios físicos, por ter momentos para o lazer e o descanso.

É importante ressaltar que devemos lembrar de nossa saúde diariamente. Preocupações diárias, sedentarismo, trabalham em excesso e estresses acabam fazendo com que as pessoas se esqueçam de cuidar do corpo e da mente. E assim, o indivíduo padece de todos os males possíveis. Doenças físicas e psicológicas estão à espreita, só aguardando um desleixo para se instalarem. Portanto, fazer um check up, ser pacificador, praticar atividades físicas, manter uma boa alimentação, procurar divertir-se e ajudar os outros são atitudes que auxiliam na prevenção de centenas de doenças. Comemore esse dia com muita saúde!

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