quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

03/Março

03/março – Dia do Meteorologista

 

É uma ciência natural do ramo da Geofísica, que estuda os fenômenos físicos que ocorrem na atmosfera. Ela aplica leis da física e da matemática para descrever, entender e predizer o estado do tempo e, quando possível, executar alguma medida de controle sobre a atmosfera em escala reduzida.

 

03/março – Dia do Seringueiro

 

O que é ser um seringueiro?

Seringueiro é o profissional que trabalha com e extração do látex, um líquido grosso da árvore chamada Seringueira, matéria-prima da borracha natural. Para a extração do látex, o profissional sangra a árvore, fazendo talhos, e coloca sobre a sangria uma cuia ou bacia para aparar o líquido. Depois o látex é defumado, para ser endurecido e transformado em bolas, chamadas pélas, que chegam a pesar até 40 quilos. Atualmente, já existem muitas técnicas de produção da borracha industrialmente, que elimina as impurezas da matéria-prima e tem como produto final uma borracha resistente e imperecível. As Seringueiras se encontram no meio de florestas e matas, sempre em lugares de difícil acesso, portanto o seringueiro deve sempre conhecer bem a região e as características da árvore.

Quais as características desejáveis para ser um seringueiro?

Para ser um seringueiro é necessário ter conhecimento sobre a região explorada, sobre as características da planta e sobre as técnicas utilizadas na produção da borracha. Outras características interessantes são:

·         Força física

·         Metodologia

·         Facilidade de lidar com a natureza

·         Responsabilidade

·         Consciência ambiental

·         Resistência

·         Técnica

Qual a formação necessária para ser um seringueiro?

Não existe formação específica necessária para ser um seringueiro, entretanto, por ser uma atividade extrativista, é necessário conhecimento de diversas técnicas, de características da árvore e do meio ambiente em que está inserida. Além disso, por ser uma atividade econômica muito importante, na extração em grande escala, há todo um planejamento, e, muitas vezes, há um profissional projetista ou engenheiro ambiental que coordena o trabalho dos seringueiros.

 

Principais atividades de um seringueiro

·         Reconhecer o ambiente e a região a ser explorada

·         Verificar as condições das Seringueiras

·         Preparar o equipamento necessário

·         Realizar a sangria

·         Recolher o material extraído

·         Defumar a borracha

·         Realizar técnicas de produção

·         Vender o látex defumado, ou a própria matéria-prima para indústrias, ou até mesmo confeccionar objetos

Áreas de atuação e especialidades

O seringueiro trabalha sempre na extração de látex da Seringueira, podendo recolher até 20 litros de látex por dia. É uma atividade muito importante para a economia, porém, o seringueiro fica com a menor parte do que produz, pois geralmente precisa dar, ou vender uma parte da produção para o dono das terras (a maioria dos casos é de arrendamento), ou pode ainda vender diretamente às fábricas. Como o produto bruto sempre tem menos valor do que o elaborado e processado, o seringueiro não tem grande participação nos lucros da borracha.

 

Mercado de trabalho

O mercado de trabalho para o seringueiro é restrito à região Norte, por ser, a Seringueira, de lá originária.

 

Curiosidades

Os primeiros a descobrir e fazer uso das propriedades da borracha foram os índios centro-americanos, entretanto, foi na Floresta Amazônica que se desenvolveu a atividade de extração da borracha, a partir da Seringueira (Havea brasiliensis), uma árvore pertencente à família das Euphorbiaceae, também conhecida como "árvore da fortuna". Do caule da seringueira é extraído um líquido branco, chamado látex, em cuja composição ocorre, em média, 35% de hidrocarbonetos, destacando-se o 2-metil-1,3-butadieno (C5H8), comercialmente conhecido como isopreno, o monômero da borracha. A história da borracha no Brasil é composta por ciclos:
Primeiro ciclo (1879-1912): com a Revolução Industrial e o desenvolvimento tecnológico na Europa a procura pela borracha natural, produto até então exclusivamente da Amazônia, aumentou vertiginosamente, juntamente com seu preço. A atividade extrativista do látex na Amazônia revelou-se de imediato muito lucrativo. A borracha natural logo conquistou um lugar de destaque nas indústrias da Europa e da América do Norte, o que fez com que diversas pessoas viessem ao Brasil na intenção de conhecer a seringueira e os métodos e processos de extração, com o objetivo de lucrar também com esse produto. Nessa época, Belém e Manaus, que já existiam, passaram então por importante transformação e urbanização. Manaus foi a primeira cidade brasileira a ser urbanizada e a segunda a possuir energia elétrica - a primeira foi Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro.
Segundo ciclo (1942 - 1945): Após o apogeu e declínio do primeiro ciclo da borracaha, a Amazônia viveria outro ciclo da borracha durante a Segunda Guerra Mundial, embora por pouco tempo. Como forças japonesas dominaram militarmente o Pacífico Sul nos primeiros meses de 1942 e invadiu também a Malásia, o controle dos seringais passou a estar nas mãos dos nipônicos, o que culminou na queda de 97% da produção da borracha asiática. Isto resultaria na implantação de mais alguns elementos, inclusive de infra-estrutura, apenas em Belém, desta vez por parte dos Estados Unidos. O exemplo disso tem o Banco de Crédito da Borracha, atual BASA; o Grande Hotel, luxuoso hotel construído em Belém em apenas 3 anos, onde hoje é o Hilton Hotel; o aeroporto de Belém; a base aérea de Belém; entre outros. Os finais abruptos do primeiro e do segundo ciclo da borracha demonstraram a incapacidade empresarial e falta de visão da classe dominante e dos políticos da região. O final da guerra conduziu, pela segunda vez, à perda da chance de fazer vingar esta atividade econômica. Não se fomentou qualquer plano de efetivo desenvolvimento sustentado na região, o que gerou reflexos imediatos: assim que terminou a segunda guerra mundial, tanto as economias de vencedores como de vencidos se reorganizaram na Europa e na Ásia, fazendo cessar novamente as atividades nos velhos e ineficientes seringais da Amazônia.

 

03/março – Dia dos Dirigentes das Sociedades Desportivas

 

  Inúmeros estudos realizados em países como os Estados Unidos da América, Brasil, Canadá, União Soviética e Reino Unido revelam uma participação regular em atividades desportivas superior a 70 milhões de jovens. Outros estudos enfatizam esta idéia afirmando que mais de 80% dos jovens, num ou outro momento da sua vida, participam em atividades desportivas.

    Focando-nos agora no panorama nacional, constatamos que os dados acerca da prática desportiva dos jovens são vagos e até mesmo reduzidos, estando majoritariamente circunscritos aos números avançados pelas federações. Daí que já nestes dois parágrafos nos apercebamos da necessidade de elaboração de reflexões acerca de treino de crianças e jovens como forma de aprofundar os conhecimentos nesta área tão importante para a elevação do desporto nacional.

    Sabemos que a maioria dos artigos encontrados sobre a prática desportiva no desporto infanto-juvenil se foca essencialmente nos benefícios desta prática, no entanto, não nos podemos esquecer que também pode existir um lado prejudicial, quando o processo não é coerente nem coeso. Também a maioria dos artigos desta área se reporta aos papéis dos treinadores e pais, "desprezando" o papel dos dirigentes que também se encontram intimamente envolvidos.

    Desta forma, esta abordagem tem dois objetivos principais. Torna-se importante elaborar uma caracterização do papel dos diferentes intervenientes no treino de crianças, tentando compreender, essencialmente, as suas funções e características. Secundariamente, mas não menos importantes pretenderam perceber a importância dos diferentes intervenientes, procurando saber se algum tem uma preponderante importância em relação a qualquer um dos outros.


Treinadores

    Esta figura, tantas vezes considerada pelo senso comum como pouco reconhecida socialmente, mal paga e mal preparada, encerra em si um enorme potencial de responsabilidade várias vezes questionado se superior ao do treinador de atletas adultos. No entanto, apesar de já descoberta a sua capital importância, o treinador de jovens ainda hoje é visto como um treinador com pouca importância e, certamente com menor "bagagem de conhecimentos" do que um treinador de adultos (Gonçalves, 2001).

    É urgente a superação das contradições do desporto de criança e jovens, de modo a que os treinadores sintam que o trabalho dos mais novos pode ser tão gratificante como o treino de alto rendimento, constituindo uma intervenção profissional de grande exigência intelectual e afetiva. O treino de crianças e jovens é então, um "treino sério" onde todos os pormenores têm de ser devidamente pensados, sistematizados e concretizados pelo que, o papel do treinador é fundamental e não pode, nem deve ser menosprezado.

    A ligação treinador-jovem atleta é repercussiva nos dois sentidos. Como Damásio e Serpa (2000) referem, não só o treinador representa uma referência determinante nas suas emoções, pensamentos e comportamentos, como também o atleta procura nele a segurança que necessita. É notável a forma como os atletas depositam a sua confiança nesta pessoa com o propósito de atingirem os seus objetivos pessoais.

    Desta forma, os treinadores, pelas características das suas funções e pelo papel relevante que desempenham na direção do processo de preparação dos jovens praticantes, terão sempre um lugar decisivo na manutenção da prática desportiva, apelando aos verdadeiros interesses e necessidades dos seus atletas (Adelino et al., 2000).

    Ser treinador de jovens não obriga a ser melhor ou pior, mas, requer um treinador diferente. Cordovil (1998) acrescenta que o treinador de jovens tem de ser fiável pela sua maturidade, formação moral, personalidade e, especialmente, por saber e gostar de lidar com os jovens.

    O treinador deve ser um pedagogo. Não lhe bastam só noções adquiridas numa prática anterior, mas sim um profundo conhecimento que lhe permita intervir num processo que tem características muito particulares. Se o treinador de jovens capta, seleciona e prepara os atletas, estas ações regem-se pelos objetivos "impostos" pelo dirigente.

    Assim, o treinador, perante a pressão do dirigente, pode reagir de duas formas distintas: ou intensifica o treino, disciplinado o grupo, ou entra no modo "laisser-faire" e se torna demasiado permissivo transformando o treino desportivo em animação desportiva.


Pais

    A família é à base de uma sociedade sólida e segura. É em casa, no seio familiar que a criança, posteriormente jovem, apreende as suas normas e os seus valores. Os pais têm, assim, obviamente um papel preponderante no treino dos seus filhos, tendo a capacidade de incentivá-los ou de inibi-los. Os pais podem ser responsáveis pela prática de desporto dos seus filhos devido a três fatores principais.

    Em primeiro lugar os pais constituem-se como uma das principiais razões pelas quais os filhos se envolvem em determinada atividade, sendo fatores de adesão à prática desportiva. É que, cabe aos pais a escolha da atividade desportiva dos seus filhos, centrando os seus interesses naquela que julguem mais benéfica para estes. Além disto, têm também em conta os fatores acessibilidades, recursos econômicos e transportes. Todas estas variáveis são cruciais na escolha da modalidade desportiva e quem as equaciona são os pais.

    Gomes (2001) defende que são também os progenitores que servem de modelos aos filhos. Assim, mesmo que inconscientemente, os pais tendem a incentivar a prática de uma modalidade que o pai ou a mãe já praticaram na sua juventude. Acima de tudo os pais são os modelos dos filhos e daí advém a importância de incentivar no adulto a prática de exercício físico regular, apontando não só os benefícios para si próprio mas também o fato de servir de referência para os seus filhos.

    Muitos treinadores crêem que o papel desempenhado pelos pais dos atletas é insignificante. No entanto os pais são necessários não só no transporte e alojamento dos atletas quando dos treinos e competições, mas são também a principal fonte de receitas do clube, através do pagamento das cotas de freqüência e mesmo pela organização de atividades para recolha de fundos. É muito importante motivá-los para que apareça (pelo menos) uma vez por semana no local de treino, afim de que os filhos sintam o apoio e o interesse que os pais põem na sua atividade.

    O treinador consegue distinguir dois grandes aspectos negativos na participação parental na vida desportiva. Assim, o primeiro fator negativo reside na excessiva interferência dos pais no seu trabalho, tanto no nível do treino como no nível da competição, diminuindo a sua influência e autoridade perante o grupo. O segundo aspecto consiste na focalização da atenção somente no seu filho, acabando por quebrar a unidade, coerência e solidariedade entre toda a equipe. Desta forma, existem treinadores que ironizam a situação referindo que os melhores locais para se ser treinador são os orfanatos, uma vez que lá não existem pais.

    Investigações realizadas em Portugal e no estrangeiro mostram que o tipo de participação que os jovens têm em atividades desportivas está em grande parte condicionada pelo que os pais percebem ser importante neste domínio. Assim, quando a família apenas considera importante a vitória em detrimento do esforço que os jovens desenvolvem para alcançá-la, os jovens atletas assumem estes valores como seus, passando a considerar somente a vitória a todo o custo como objetivo imediato. Ao contrário, quando os pais consideram que vencer é importante, mas, acima de tudo, o importante é o companheirismo, a amizade, o respeito pelas regras, o aperfeiçoamento pelo treino, etc., os jovens, felizmente, adaptam esses valores e desfrutam mais da sua participação desportiva.


Dirigentes

    O papel deste interveniente tem sido objeto de uma insuficiente reflexão, o que pode trazer problemas, uma vez que estes são essenciais e, em alguns casos, decisivos à prática do desporto.

    Após uma cuidadosa análise às suas funções, podemos constatar que esta personagem pode ter uma importância quase decisiva no treino de jovens. Isto acontece porque cabe ao dirigente desportivo o pedir responsabilidades aos treinadores acerca de sucessos e insucessos. E este "pedir responsabilidades" pode ser feito de duas maneiras distintas: ou de uma forma saudável que incrementa sem pressões a vitória em competição, ou de uma forma ríspida, pressionado a equipa ou o atleta à vitória, sem preocupação na sua formação enquanto pessoa.

    "Ser dirigente desportivo é exercer no mundo da emoção, que é o desporto, tarefas de direção assentes na unidade de conhecimentos, razão e ação" (Bento, 1997).

    Desta forma, o papel do dirigente assume extrema importância, motivando para a prática saudável e incrementando o sucesso desportivo ou obrigando, persuadindo e pressionado os atletas, fazendo com que, o médio ou longo prazo, venha a desistir da prática.

    No entanto, de acordo com Gonçalves (1999), parece ser um dado adquirido que, apesar de não se caminhar somente no sentido do alto rendimento, dando o devido espaço à recreação, hoje o treino de jovens continua a ser pautado pelos parâmetros dos modelos de preparação da elite profissional.

    Só que, ao contrário do anteriormente dito, o que acontece em inúmeros clubes portugueses é que não é o dirigente que impõem objetivos ou pressiona no sentido do sucesso. Alguns dirigentes negligenciam o seu papel, deixando tudo na mão dos treinadores. Nesta óptica, os dirigentes deixam de ter uma função tão importante no processo de treino de jovens como se supunha.


Então...

    Após termos feito uma abordagem às principais características e funções dos diferentes intervenientes no processo de treino de jovens, passamos a analisar a sua relativa importância. Assim, diversos autores referem que o treinador é aquele que tem uma maior importância neste processo (Coelho, 1988; Gonçalves, 1996; Mesquita, 2000), sendo que consideram a sua conduta perfeitamente determinante neste processo, através das relações estabelecidas, do grau de exigência, dos estímulos motivacionais, das perspectivas de futuro, etc.

    As observações escritas sobre a situação pouco lisonjeira do desporto para crianças e jovens colocam claramente o treinador no centro do problema.

    Mas, se fizermos uma análise cuidada, e de acordo com Adelino et al. (1998), os pais também são fundamentais no processo em causa na medida em que, o primeiro passo é dado pela família ao praticar desporto e ao incentivar e disponibilizar todos os recursos necessários para que o seu filho o faça igualmente. A disponibilidade dos pais e o que estes consideram verdadeiramente importante no domínio do treino desportivo é igualmente importante neste processo.

    No entanto, e para o mesmo autor, os dirigentes também têm a sua quota-parte de responsabilidades, desde que saibam cumprir a sua função de exercer tarefas de direção. É que as decisões tomadas pelo dirigente e o seu tipo de objetivos podem ir de encontro ou contra os do treinador, podendo criar harmonia ou conflito, repercutindo-se nos atletas.

    Marques (2001) defende que o treinador preenche uma posição intermédia entre dirigentes e atletas. Os dirigentes podem condicionar o papel dos treinadores através das exigências que lhes fazem. Um dirigente demasiado exigente no nível de vitórias, que somente exige resultados pode condicionar o trabalho do treinador e, conseqüentemente o atleta e os seus projetos de futuro. Pelo contrário, dirigentes que se preocupam mais com o processo e menos com os resultados (e não defendendo que as vitórias não são importantes!) podem criar outro tipo de ambiente a todos os intervenientes neste processo.


Para refletir

    Se o Treinador é crucial no treino propriamente dito ao impor as regras e obrigar a que as cumpram, o Dirigente é imperador no aspecto de ditar as regras que o treinador seguirá. De notar que as regras impostas por este último terão uma alvo maior, na medida em que superarão os atletas propriamente ditos, passando também para as suas famílias. Por sua vez, os Pais como progenitores mandatários da vida das crianças e jovens condicionam em larga escala a participação, ou não, do seu filho numa prática desportiva regular.

    Temos de encarar os diversos papéis, dando a devida importância a todos os intervenientes. Não é fácil determinar qual o mais importante... Todos são igualmente importantes, desde que respeitem as suas funções, competências e obrigações.

    Ainda mais importante é suscetibilizar a sociedade para isto e não nos deixarmos restringir aos intervenientes diretos no treino. É necessária uma procura de formação ao nível das funções dos intervenientes do treino de jovens, de forma a se construir uma base sólida para o desporto de alto rendimento.

Nenhum comentário:

Postar um comentário