segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

27/Janeiro

27/janeiro – Dia da Elevação do Brasil Vice-Reinado (1763)

A instalação do Governo Geral do Brasil no Rio de Janeiro, não necessitou de grandes modificações e adaptações, porque a cidade gradativamente já vinha crescendo em importância e se adaptando para desempenhar o papel que lhe estava destinado. A expansão comercial e militar da cidade, principalmente graças às Minas Gerais já estava acontecendo durante toda a primeira metade do Século, com o crescimento de seu papel administrativo.

Deve ser considerado também que o Vice-Rei do Mar e Terra do Brasil, era um cargo mais honorífico do que efetivo, pois ele não tinha total autoridade sobre a América Portuguesa, Lisboa sempre foi o verdadeiro centro de poder. As Capitanias no Brasil estavam unidas pela obediência à Coroa e pela solidariedade militar, mas era o Secretário de Estado da Marinha e do Ultramar e o Conselho Ultramarino que administravam o Brasil, como uma federação colonial, formada de unidades isoladas.

O Rio de Janeiro já possuía uma Intendência do Ouro, como Salvador e Minas e em 1751 foi criado o Tribunal de Relação do Rio de Janeiro, pelo Governador Gomes Freire, esta foi segunda corte de apelação do Brasil, depois de Salvador e isto já preparava a cidade para receber maiores incumbências.

Com a elevação do Rio de Janeiro á condição Capital do Brasil, em 1763, o coração da cidade passou a pulsar em torno do Paço dos Vice-Reis, que antes já era a Paço dos Governadores e da Rua Direita. Na segunda metade do Século, finalmente a cidade ultrapassou o quadrilátero imaginário entre os quatro morros originais. Começaram a surgir novos bairros e antigos caminhos se transformaram em ruas e a urbanização se desenvolveu.

Desde o início do Governo de Sebastião José de Carvalho e Mello, o Conde de Oeiras, Ministro de D. José, as relações entre a Coroa e os jesuítas se deterioraram, os padres eram acusados de incitar os índios e a responsabilidade pela Guerra Guaranítica lhes foi atribuída. Um atentado contra D. José, em 1759 também foi considerado como tendo sido inspirado pelos jesuítas, o que dificultou mais ainda o relacionamento.

Estas relações tiveram conseqüência na ocupação do solo do Rio de Janeiro, porque os jesuítas eram proprietários de grandes sesmarias desde 1565, tendo se tornado donos de um imenso patrimônio territorial e imobiliário. Possuíam além do Colégio do Morro do Castelo, setenta e um edificações distribuídas pelas melhores ruas do Rio, assim como fazendas e plantações em São Cristóvão, Engenho Velho, Engenho Novo e Santa Cruz. Depois da expulsão dos jesuítas, decretada em 1759, todos os seus bens foram confiscados e vendidos progressivamente, com exceção da Fazenda Santa Cruz que permaneceu sob o domínio real.

A cidade também se estendia absorvendo casas de campo, ou chácaras, que estavam sendo inseridas na área urbana. Assim a cidade crescia para o lado da Glória e do Campo de Santana para onde se estendiam as ruas da Cidade Nova.

As transformações sofridas pela cidade não eram apenas na área urbana, mas atingiu também a ordem intelectual, as Luzes chegavam à América portuguesa. Imitando Lisboa foram abertas na cidade academias pelas mentes mais intelectualizadas.

A política econômica do Marquês de Pombal não beneficiou apenas Portugal, mas atingiu também as Minas Gerias e o Rio de Janeiro, muito embora fossem autorizadas nas possessões coloniais apenas a fabricação de panos grosseiros, as atividades de construção naval e a transformação de matérias-primas que não concorressem com as portuguesas, tudo isto já acarretava um grande desenvolvimento. Dois terços do tráfico do Porto do Rio de Janeiro eram representados por trocas feitas com Campos dos Goitacazes e com o Rio Grande, que despachava sua carne salgada, seus couros e seu trigo, para a capital. A produção de víveres dinamizava o comércio.

Em 1770, tecidos de seda, finos algodões, galões de ouro e prata saiam dos ateliês da capital do Brasil.

O Governo do Conde da Cunha - 1763-1767

Em 1763, chega ao Rio de Janeiro o Conde da Cunha (1763-1767), D. Antônio Álvares da Cunha, senhor de Távoa, Cunha e Oguela, Comendador e Alcaide-mor de Idanha, Tenente-General dos Reais Exércitos, 1º Vice-Rei do Brasil no Rio de Janeiro. O Conde da Cunha foi morar no Casarão que era a residência dos Governadores, construído no tempo de Bobadela, mas não pode residir lá por causa das emanações pútridas do sítio e ficou espantado sobre como podia Babadela governar se vivia em verdadeiro chiqueiro.

Desta forma escolheu para morar um sítio no alto do Morro do Castelo, entre árvores amigas, alto, fresco recebendo o vento que vinha da barra, queria olhar a cidade de longe.

Governou apenas durante quarenta e dois meses, mas era homem de grande energia e severidade, recorreu muitas vezes a processos arbitrários e violentos que lhe suscitaram muitos inimigos e provocaram queixas e críticas. É, porém inegável, que a cidade muito lhe ficou devendo. À sua chegada, mal impressionado pelas condições locais, desenvolveu grande esforço para melhorá-las. Foi de fato o iniciador de um exército regular, para cuja organização obteve que a Corte lhe mandasse o Tenente-General João Henrique de Bohm e o Brigadeiro Jacques Funk que haviam dado organização moderna às tropas na Metrópole. Edificou quartéis e, em terrenos cedidos pela Ordem de São Bento, levantou o Arsenal de Marinha onde mandou construir a Nau São Sebastião e reformou a Casa do Trem.

Instituiu as primeiras companhias de artilheiros, promoveu o recrutamento, para inclusão nos regimentos de linha dos desocupados que não quisessem adotar profissão e casar-se, combateu a admissão de excessivo número de noviços nas ordens religiosas para fugir às exigências do trabalho. Atraiu para a cidade muitos moradores de melhor classe que permaneciam nos seus engenhos e fazendas, oferecendo-lhes vantagens e posições. Em um dos seus relatórios, diz, talvez com exagero, da necessidade de reabilitar um pouco a cidade que só tinha frades, clérigos, soldados e mendigos.

Completando a obra de Gomes Freire, de quem foi um crítico tenaz com flagrante injustiça e prevenção, construiu um Hospital para os Lázaros na casa dos jesuítas em São Cristóvão, abriu e saneou ruas, entre as quais aquela que, em sua honra, ficou sendo chamada Rua do Conde. Fechou, por ordem da Coroa, as oficinas de ourives onde se exercia o contrabando do ouro. Construiu um hospital para os soldados. Transferiu para a Ilha da Pombeba os paióis de pólvora cuja permanência dentro da cidade representava perigo público. Mandou cobrir com lajes de pedra a Vala que escoava a água do Largo da Carioca, foco pestilento que prejudicava a saúde da população. Debelou uma conspiração instigada pelos agentes dos jesuítas, não hesitando em prender e deportar freiras e sacerdotes nela envolvidos. Restaurou as fortificações. Iniciou a adaptação do antigo Colégio dos Jesuítas para nele instalar o Paço dos Vice-Reis, iniciativa que foi abandonada pelos seus sucessores que permaneceram no Paço edificado por Gomes Freire sendo o Colégio utilizado para o Hospital Militar que lá funcionou até a Proclamação da República.

Os modos ásperos e os processos arbitrários do Conde da Cunha ficaram exemplificados em muitas anedotas que perduraram na tradição que dele se contam. Apesar da sua aspereza, porém, tomou-se benquisto da população que lhe reconhecia a integridade e o espírito de justiça. Apenas os poderosos, cujos privilégios foram cerceados, lhes moviam tenaz oposição e maquinavam junto à Corte para obter a sua remoção. Desgostoso com as queixas que contra ele faziam, em mais de uma ocasião o Vice-Rei pediu que lhe dessem substituto, o que não impediu que ficasse surpreso e sentido quando, inesperadamente, e sem aviso, chegou ao Rio o novo Vice-Rei que vinha substituí-lo.

O Governo do Conde de Azambuja - 1767-1769

Seu sucessor o 2º Vice-Rei, foi o Conde Azambuja, D. Antônio Rolim de Moura Tavares (1767-1769). O Conde de Azambuja já vivia no Brasil, desde 1751 ocupando o cargo de Governador, primeiro da Capitania de Mato Grosso e em seguida da Bahia. Nomeado Vice-Rei, já se sentia fatigado e desejoso de regressar a Portugal. Pouca atividade desenvolveu no Governo do Rio de Janeiro. Organizou uma companhia de cavalaria para a guarda dos Vice-Reis. A sua administração se não teve brilho, não provocou queixas e censuras. Não levou a termo a reorganização militar iniciada pelo Conde da Cunha por julgar insuficientes os recursos financeiros de que podia dispor. Alegando o seu estado de saúde precária, pediu para ser substituído.

O Governo do Marquês de Lavradio - 1769-1779

O Conde Azambuja foi substituído por seu sobrinho, D. Luís d’Almeida Portugal Soares D’Eça Alarcão de Melo e Silva Mascarenhas, o Marquês de Lavradio (1769-1779). Este era jovem e robusto e conseguiu se adaptar às dificuldades da vida na Colônia, mas não sem muitos traumas, o que não o impediu de permanecer como Vive-Rei durante quase dez anos.

As ações dos Vice-Reis não se limitavam ao Rio de Janeiro, mas estendiam-se a todas as Capitanias que formavam o Estado do Brasil e às fronteiras. Todos eles tiveram que se ocupar com a administração-geral e, na época, muito especialmente com as constantes questões que surgiam no Prata e com o governo das minas, assuntos de máximo interesse da Metrópole.

Durante os dez anos de seu governo, grandes foram os serviços prestados ao Rio de Janeiro pelo Marquês de Lavradio. Como o seu antecessor ocupou-se com os elementos de defesa da praça, construiu as Fortalezas do Pico e do Leme e introduziu reformas e melhoramentos nas outras; ampliou os quartéis; completou a organização das tropas da guarnição iniciada pelo Conde da Cunha. Cobrou abusos e desvios que ocorriam na arrecadação dos dinheiros públicos, introduzindo ordem nesse serviço. Abriu ruas, entre as quais a que até hoje guarda o seu nome, a Rua do Lavradio, onde ele morou; construíram chafarizes, entre eles o da Rua da Glória, localizado entre as Ruas Cândido Mendes e a Conde de Laje, este é o chafariz ainda existente mais antigo da cidade.

Para estimular o comércio criou uma grande feira no Largo da Glória, origem do mercado posteriormente ali construído. Para desenvolver a indústria, favoreceu a criação de uma fábrica de cordas utilizando a fibra nacional da guaxuma, em Mata- Porcos e incentivou a cultura do anil, da cochonilha e do cânhamo. Tentou introduzir no Brasil a indústria da seda, mandando vir da China o bicho-da-seda que aclimou nas amoreiras locais, esta tentativa, porém, foi malograda pela falta de pessoal apto.

Fomentou a cultura do café, tendo a sensibilidade de que este produto seria bastante importante para o Brasil, isentaram do serviço militar os lavradores que se dedicassem à sua plantação na região da Conceição do Campo Alegre da Paraíba Nova que depois se tornou a Vila de Resende. Transferiu para o Valongo o ignóbil espetáculo que era o mercado de negros novos, até então exercido em pleno centro comercial, na Rua Direita.

O Marquês de Lavradio era bastante festeiro e tinha intensa vida social, estimulando e favorecendo com o seu comparecimento bailes e reuniões, protegendo o teatro, desenvolvendo as diversões públicas. Fundou uma Academia Científica para estimular o estudo das ciências naturais e dos recursos do país, tornando-os conhecidos na Europa por meio de memórias e comunicações às associações congêneres.

O extenso relatório com que o Marquês de Lavradio transferiu o governo ao seu sucessor é um valioso documento, não só sob o ponto de vista histórico, como revelador de um espírito culto e bem-avisado, com uma visão nítida e realista da situação e dos problemas do Brasil naquela época.

27/janeiro – Dia do Orador

Oratória é a arte de falar em público.
O orador deve cuidar de sua pessoa. Ao levantar-se para falar, deve causar uma boa impressão aos ouvintes. Vestido modestamente, mas bem cuidado, evite acessórios como pulseiras de ouro e telefones celulares. O orador modesto conquista a simpatia imediata dos ouvintes, mesmo antes de começar a falar. Sabemos que não se pode obrigar uma pessoa a ser boa, a fazer o bem. Ninguém aceita nada forçado. Porém, se o orador consegue fazer as pessoas acreditarem que o que diz é verdade, elas deverão, cedo ou tarde, aceitar suas palavras, praticar seus ensinamentos e seguir o caminho que lhes é apontado. Todos precisam entender o que o orador diz, desde o mais letrado ao mais ignorante ouvinte. Jesus falava simples, simples devem falar seus discípulos. Falemos de modo natural. entusiasmo: um palestra ou preleção sem animação não convence ninguém. O orador deve falar animada e fervorosamente, mas sem exageros. Suas frases devem ser vigorosas, ardentes, afirmativas. Quando vivemos o bem que falamos, naturalmente nos empolgaremos a falar dele aos outros. Fé: ninguém fala com entusiasmo aquilo que não acredita. O orador deve ter certeza absoluta de que está ensinando a verdade aos seus ouvintes.

Conhecimento: não podemos falar com segurança sobre aquilo que não conhecemos, nem ensinar aquilo que não sabemos. O conhecimento se adquire através do estudo e da observação. Aquele que quiser preparar-se para o sublime ministério da palavra, não deverá ater-se apenas à leitura. É preciso trabalhar, aperfeiçoar-se em todos os aspectos, estar sempre pronto a ouvir, e disso tirar ensinamentos para transmiti-los a seus ouvintes O orador eloqüente vive aquilo que prega. A palavra sem o exemplo é letra morta. Aquele que demonstra coerência entre seus atos e suas palavras, quando se levanta para falar, é respeitado pelo auditório.

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