terça-feira, 30 de junho de 2009

20/JULHO

20/Julho – Dia Internacional da Amizade

Quando acabou a 2ª Guerra Mundial, em 1945, o professor e músico argentino Enrique Ernesto Frebbaro sugeriu à Organização das Nações Unidas (ONU) a criação de um dia mundial para a celebração da amizade.

Mas somente 24 anos depois aconteceu um novo fato que passou a simbolizar a amizade universal: a chegada do homem a Lua, em 20 de julho de 1969. Só naquele dia a sugestão do professor argentino voltou a ser lembrada.

Na ocasião, a célebre frase do astronauta norte-americano Neil Armstrong. “Um pequeno passo para o homem, mas um grande passo para a humanidade” foi interpretada pela humanidade como a busca por um mundo sem fronteiras.

A união dos povos, independentemente de raças, ideologias ou religiões na época, passou a ser vista como a solução para todos os dramas do planeta.

Com muita insistência, Febbaro conseguiu que primeiro a Argentina (em 1979) e depois a ONU (em 1985) reconhecessem as datas em seus respectivos calendários oficiais.

Ou seja, a ONU demorou 40 anos para admitir a importância da proposta. Mas valeu a espera. A conquista do professor acabou lhe rendendo até indicação ao Prêmio Nobel da Paz.

No Brasil, a data ainda não se tornou um marco comemorativo (e nem comercial), mas já é celebrada, ainda que timidamente. Porém cerca de 100 países já abraçaram a idéia e seus povos comemoram o Dia Internacional da Amizade mo dia 20 de julho.

20/julho – Dia da Primeira Viagem a Lua (1969)

No dia 16 de julho de 1969, um enorme foguete, o Saturno V, era lançado ao espaço levando uma cápsula tripulada, a Apollo 11. A cápsula deveria se separar do foguete a uma determinada distância da Terra e continuar sua viagem em direção à Lua. Assim que escapasse do campo gravitacional da Terra e entrasse no campo gravitacional da Lua, a Apollo 11 ficaria girando ao seu redor. O astronauta Michel Collins permaneceria em seu interior e Armstrong e Aldrin, dentro do módulo lunar, se separariam da Apollo e prosseguiriam sua viagem em direção ao satélite da Terra.

Tudo deu certo. No dia 20 de julho de 1969, quando Armstrong e Aldrin abriram a porta da pequena cápsula espacial que pousou na Lua, desceram a escada e pisaram no solo lunar, boa parte da humanidade, cerca de 1 bilhão de pessoas, estavam de olhos fixos em seus aparelhos de televisão, acompanhando um fato histórico que muitos acreditavam que nunca iriam ver em suas vidas.

O lugar onde Armstrong desembarcou é chamado de Mar da Tranqüilidade. O astronauta saiu de um pequeno módulo, o Eagle - o módulo lunar -, que fez todo o trajeto da Terra à Lua acoplada ao módulo de comando, o Colúmbia. A nave espacial que fez o vôo pioneiro chamava-se Apollo 11.

Três astronautas norte-americanos participaram da aventura histórica, todos aos 38 anos de idade. Neil Armstrong havia lutado na Guerra da Coréia como piloto, em 1950. Em 1962, começou sua carreira na Agência Nacional de Aeronáutica e Espaço (Nasa), a agência espacial norte-americana, órgão encarregado de coordenar as pesquisas para o desenvolvimento de foguetes e artefatos espaciais.

O segundo astronauta a pisar na Lua foi Edwin Buzz E. Aldrin Jr. que, assim como Armstrong, participou da Guerra da Coréia em 1950, entrou para a Nasa em 1963 e foi ao espaço pela primeira vez com a Gemini 12, em 1966. Neil Armstrong e Edwin Aldrin foram os autores de duas frases célebres ao pisar o solo lunar. O primeiro declarou: "Um pequeno passo para o homem, um grande salto para a humanidade". Aldrin, por sua vez, optou por um enfoque subjetivo, porém muito verdadeiro: "Magnífica desolação".

O terceiro pioneiro da primeira jornada do ser humano à Lua foi Michel Collins. Esse astronauta fez carreira como piloto de testes da Força Aérea Americana, entrou na Nasa em 1963 e foi ao espaço pela primeira vez na missão Gemini 10, em 1966. Michel Collins não saiu do Colúmbia, o módulo de comando da Apollo 11. Dos três tripulantes da Apollo 11, foi, portanto, o único a não pisar na Lua.

Um dos sonhos da humanidade, explorado pela literatura de ficção científica e pelo cinema, tornava-se realidade. O ser humano pisava no solo de nosso satélite e de lá observava a Terra, a aproximadamente 400 mil quilômetros de distância. As marcas das botas especiais que protegiam os pés do astronauta norte-americano Neil Armstrong foram os primeiros sinais de um ser humano para sempre deixados no poeirento solo da Lua, o satélite natural da Terra.

As marcas humanas na Lua - Depois da passagem de catorze naves e sondas russas e de vinte e quatro americanas, o ser humano deixou na Lua, entre dezenas de objetos:

1. Uma placa onde se lê: Aqui, homens do planeta Terra pisaram pela primeira vez na Lua, em julho de 1969. Viemos em paz em nome de toda a humanidade. Abaixo, as assinaturas de Armstrong, Aldrin e Collins e a do então presidente dos Estados Unidos, Richard Nixon.

2. Duas bolas de golfe

3. Uma Bíblia

4. Três veículos lunares

5. Seis bandeiras dos Estados Unidos

6. Frasco com cinzas do astrônomo americano Eugene Shoemaker (1928-1977)

A descida na Lua

Os riscos pelos quais os astronautas passariam em sua viagem pioneira eram tão grandes que, pelos critérios de segurança atuais, provavelmente a viagem não seria autorizada.

Para se ter uma idéia, já na descida do Eagle ao solo lunar, o comandante Neil Armstrong, desorientado, tentava encontrar pela janela o local indicado para o pouso. Junto dele, na cabine de apenas 2,4 m2, o piloto Edwin Buzz Aldrin ficava de olho no indicador do combustível, que se aproximava perigosamente do fim. Dava para apenas 30 segundos de vôo quando o frágil módulo Eagle finalmente tocou a superfície poeirenta do Mar da Tranqüilidade, no equador lunar, a um quilômetro do alvo.

"A Águia pousou", avisou Armstrong para os controladores da missão em Houston, a mais de 380 mil quilômetros de distância. Nem os técnicos da Agência Nacional de Aeronáutica e Espaço (Nasa), nem 1 bilhão de pessoas (quase um terço da população mundial de então) que assistiam à façanha pela televisão ficaram sabendo do pequeno incidente.

O som da voz do comandante Armstrong chegou à Terra entrecortada pela estática, quase ao mesmo tempo em que seu pé esquerdo deixava sua marca no poeirento solo lunar. Tanto sua frase como a marca de seu pé ficaram gravadas na memória do século XX. Pelo horário de Brasília eram exatamente 23h56min20s.

Armstrong ainda preocupou-se em constatar que "a poeira adere às botas como uma fina camada de carvão". Ele que, ao descer do módulo lunar, chegou a tropeçar na escada e por pouco não deixou as marcas de suas mãos como primeiro registro humano em solo lunar. Vinte minutos depois, Buzz Aldrin juntou-se ao comandante, descendo alegres as escadas do Eagle.

"É lindo e desolador", disse Aldrin, cujo primeiro desejo na Lua foi o de fazer xixi, o que efetivamente fez em um tubo conectado a pequenas bolsas, única forma de os astronautas se aliviarem.

Preparados para morrer - Documentos encontrados recentemente no Arquivo Nacional dos Estados Unidos mostram que os riscos para a viagem à Lua eram tão grandes que os astronautas foram preparados, inclusive, para morrer. A operação considerada mais delicada de toda a viagem era o retorno do módulo Eagle da superfície lunar até o seu acoplamento no módulo de comando, que ficou girando em torna da Lua, pilotado por Michael Collins. Armstrong e Edwin Aldrin tinham em seus macacões cápsulas de cianureto (veneno que leva o homem à morte em minutos), caso não pudessem voltar ao módulo comandado por Collins. O governo americano também estava preparado: já havia um discurso pronto do presidente Richard Nixon, caso houvesse um acidente. Leia alguns trechos:

"Outros exploradores seguirão rumo ao espaço e certamente encontrarão o caminho de volta. A busca humana não será abandonada. Mas esses homens foram os primeiros e eles permanecerão para sempre no nosso coração como os verdadeiros pioneiros."

"Esses bravos homens, Neil Armstrong e Edwin Aldrin, sabem que para eles não há esperança de resgate. Mas eles também sabem que há esperança para a humanidade em seu sacrifício."

"O destino determinou que esses homens que foram à Lua explorá-la em paz nela descansassem em paz para sempre."

"Em sua jornada eles instigaram todos os seres humanos a se sentir como se fossem uma única pessoa. Em seu sacrifício, eles estreitam ainda mais a fraternidade entre os homens."

A luta pela conquista do espaço

Os Estados Unidos e a União Soviética, dentro do contexto da guerra fria, travaram uma longa disputa pela conquista do espaço. Dessa corrida resultaram grandes avanços científicos e tecnológicos, mas por trás dela estava também a corrida armamentista, que durante décadas norteou a política mundial e ameaçou o destino da humanidade. Até 1945, destacaram-se as experiências com foguetes espaciais, que tinham como objetivo a criação de novas armas de guerra. A Alemanha criou entre 1935 e 1945 os foguetes-bombas V-1 e V-2. Este último é considerado o precursor dos mísseis atuais e dos foguetes usados para lançar satélites e naves espaciais, como o ônibus espacial.

A União Soviética saiu na frente na corrida espacial. Em 1957, lançou um foguete que colocou em órbita o primeiro satélite artificial da História, o Sputnik 1. Tratava-se de um artefato simples, uma esfera de alumínio de 58 centímetros de diâmetro e 84 quilos, equipado com um termômetro e um transmissor de rádio. No mesmo ano, em novembro, foi lançado o Sputnik 2, dessa vez um satélite de meia tonelada com uma célebre passageira a bordo, a cadela Laika, que permaneceu dez dias no espaço ligada a instrumentos de medição da pressão arterial, dos batimentos cardíacos e de outras reações neurofisiológicas.

O sucesso do projeto Sputnik causou grande impacto porque pôs em evidência a vantagem dos russos na corrida armamentista. Na lógica militar, um foguete que coloca um satélite em órbita da Terra é capaz também de transportar ogivas nucleares. Ainda em novembro de 1957, a inquietação no Ocidente aumentou com a exibição, em Moscou, de mísseis nucleares de curto alcance, os chamados mísseis táticos, durante as comemorações do quadragésimo aniversário da Revolução Russa.

Em 1958, os americanos reagem e criam a Nasa, que ficou sendo responsável pelo programa espacial do país. Nesse mesmo ano, lança o seu primeiro satélite artificial, o Explorer 1. Nos anos seguintes, os dois países investiram mais na exploração da Lua e no reconhecimento dos planetas Vênus, Marte e Mercúrio.

Na década de 1960 é criado um novo objetivo no contexto da corrida espacial: mandar o ser humano para o espaço. A União Soviética consegue primeiro, e manda, em 12 de abril de 1961, Yuri Gagarin na primeira viagem tripulada a bordo da cápsula espacial Vostok 1. A jornada de Gagarin durou 1 hora e 48 minutos - tempo mais que suficiente para a histórica constatação de que a Terra é azul - e percorreu cerca de 40 mil quilômetros em volta da Terra numa única órbita.

No ano seguinte, John Glenn foi o primeiro americano a entrar em órbita em volta da Terra. Seis anos depois, os russos lançaram a nave Soyuz 1, um projeto experimental para uma viagem tripulada à Lua. Mas a conquista do satélite da Terra foi realizada pelos Estados Unidos, em 1969. Depois de outras viagens ao nosso satélite natural, a exploração espacial teve como principal objetivo a pesquisa científica e tecnológica, para a criação e aperfeiçoamento de estações, ônibus espaciais e sondas.


Contribuições tecnológicas da corrida armamentista

A corrida espacial trouxe contribuições importantes para o dia-a-dia das pessoas. Algumas são hoje tão comuns em nossa vida que nem supomos que nasceram das necessidades dos astronautas.

Panelas - Antiaderente e resistente a altas temperaturas, o teflon foi descoberto em 1938. Empregado em naves espaciais, satélites e sondas para isolar fios, cabos elétricos e engrenagens, virou revestimento de utensílios domésticos no começo dos anos 1960.

Ultra-sonografia e ressonância magnética - A técnica, utilizada para analisar a composição dos corpos celestes, forneceu os princípios necessários para a produção dos aparelhos de ultra-som e ressonância magnética. Exames que rastreiam o corpo humano com ondas mecânicas e produzem imagens coloridas de qualquer órgão só foram possíveis graças ao desenvolvimento da espectografia.

Cadeiras de rodas dirigíveis - O veículo de exploração da Lua, o Lunar Rover, e os robôs criados pela Nasa geraram benefício para os deficientes físicos. Do Rover, as cadeiras de rodas elétricas aproveitaram uma espécie de joystick, bastão que controla a velocidade e permite o deslocamento em várias direções. Dos robôs, saiu o sistema de comando pela voz, aplicado em cadeiras do tipo usado pelo físico inglês Stephen Hawking.

Raquete de tênis e armações de óculos - O isolante térmico presente no bico dos ônibus espaciais é feito de uma liga leve de carbono. O material, resistente e flexível, foi adaptado pela indústria e produziu várias linhas de produtos, de armações de óculos a raquetes de tênis.

Incubadora - Um tipo especial de plástico, utilizado nos visores dos capacetes de astronautas, está presente nos berçários dos hospitais. Os bebês prematuros ou de baixo peso são mantidos em incubadoras isoladas por esse material plástico, capaz de manter a temperatura e o nível de oxigênio constante.

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