segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

03/Fevereiro

03/fevereiro – Primeiro Pouso na Lua

Um histórico da disputa entre norte-americanos e soviéticos pela conquista do espaço. Os soviéticos lançaram o primeiro satélite artificial, o Sputnik, em 1957 - começava a corrida espacial, que durou quase uma década, culminando no pouso do módulo lunar Eagle (Águia’) no Mar da Tranquilidade, em 1969. 

O presidente John Kennedy prometeu em 1962, em discurso na Universidade de Rice, nos Estados Unidos, que colocaria um homem na Lua até o fim da década porque não queria a ver o satélite natural da Terra sob uma ‘bandeira hostil’, de conquista, e sim sob uma bandeira de liberdade e paz.

Kennedy se referia à União Soviética. Os dois países viviam o período da Guerra Fria - uma guerra travada com símbolos.

Os Estados Unidos vinham perdendo em vários fronts: o muro de Berlim, erguido pouco antes, sancionou a divisão da Alemanha em duas - o lado comunista e o lado capitalista.

Cuba estava se aproximando dos soviéticos. Começava a escalada da guerra do Vietnam, com o envio de assessores militares americanos para ajudar no combate aos vietcongs.

Até aquele momento, os soviéticos estavam levando a melhor na Terra e... no espaço.

Dia 4 de outubro de 1957, a União Soviética lançou ao espaço o primeiro satélite artificial, o Sputnik-1. O primeiro ser vivo no espaço também foi lançado pelos soviéticos - a cadela Laika, que sobreviveu poucos dias a bordo do Sputnik-2.

O primeiro objeto feito pelo homem a chegar a outro planeta também partiu da União Soviética - a sonda Lunik-2, em 1959.

Mas a grande conquista soviética foi no dia 12 de abril de 1961, quando, da base de Tyuratam Baikonour, no Cazaquistão, o Vostok-1 colocou o cosmonauta Yuri Gagarin em órbita da Terra, fazendo dele o primeiro homem no espaço.

Um mês e meio depois, Kennedy anunciou no Congresso que a meta dele era enviar um homem à Lua até o fim da década de 60 e trazê-lo de volta com segurança.

O caminho até a Lua foi tortuoso. Vários satélites e naves tripuladas foram lançadas até se chegar lá. Cada uma ía mais longe.

Mas a corrida espacial estava ficando cara.

O filho do líder soviético Nikita Khrushchev, Serguei, conta que o presidente Kennedy procurou o pai dele, para dividir a conta.

Primeiro foi em junho de 1961, em Viena. Nikita Khrushchev rejeitou a proposta achando que a cooperação poria em risco a segurança militar soviética. Depois foi em 1963. Nessa época, Khrushchev estava até disposto a aceitar o convite.

Além da economia, poderia haver ganhos políticos e técnicos. Mas a proposta ficou esquecida.

No final, os dois líderes que começaram a corrida espacial, não participaram da última etapa - a chegada à Lua. Kennedy foi assassinado em 1963.

Khrushchev foi afastado do Kremlin em 1964.

Custos e acidentes puseram em risco os vôos espaciais nas duas superpotências.

Kennedy e os sucessores dobraram o orçamento e o pessoal da Nasa - a ida à Lua ficou na casa dos 30 bilhões de dólares.

A opinião pública ficou chocada quando os 3 astronautas da Apolo 1, em 1967, morreram num incêndio na cápsula durante um teste antes do lançamento.

O Congresso americano quase acabou com o programa.

Três meses depois, um cosmonauta russo na Soyuz-1 morreu na reentrada, depois de orbitar a Terra.

Atraso também no programa soviético.

O que renovou o entusiasmo e a confiança dos americanos no programa espacial foi o foguete Saturno V.

Um colosso de 110 metros de altura, que produziria energia suficiente para iluminar a cidade de Nova Iorque durante uma hora e quinze minutos.

O Saturno V entrou em ação pela primeira vez para levar a Apolo 8 para orbitar a Lua.

A missão mais crucial foi a da Apolo 11, lançada dia 16 de julho de 1969.

A bordo, os astronautas Neil Armstrong, Edwin "Buzz" Aldrin e Michael Collins.

Três dias depois, os soviéticos lançavam o Vostok, com um robô à bordo.

Os russos diziam que não queriam arriscar vidas humanas.

O Vostok acabou se esborrachando na superfície lunar.

O módulo lunar da Apolo 11, o Eagle (‘Águia’) desceu no mar da Tranquilidade.

O pouso, além de histórico, foi dramático: na descida, os dois astronautas tinham passado uns poucos metros do local exato previsto pelos cientistas, e quando pousaram, só tinham combustível para mais trinta segundos.

Da superfície lunar, Neil Armstrong notificou o sucesso ao centro de controle em Houston, na primeira comunicação enviada pelo homem da superfície de um outro corpo celeste: ‘a Águia pousou’.

Horas depois, na noite de 20 de julho, Neil Armstrong pisou na Lua e disse uma frase que passou para a História. "Um pequeno passo para um homem, um salto gigantesco para a Humanidade".

Logo depois, seu co-piloto, "Buzz" Aldrin, tornava-se o segundo homem a pisar na Lua.

A empreitada havia começado como uma acirrada rivalidade política entre as duas superpotências.

Mas, por uns poucos instantes, as diferenças foram esquecidas, e a conquista dos americanos foi uma conquista de toda a humanidade.

O significado daquele momento ficou registrado na placa que os astronautas deixaram na superfície lunar: "Aqui, homens do planeta Terra pousaram pela primeira vez na Lua. Nós viemos em paz em nome de toda a Humanidade".

Hoje, ainda tem gente que duvida que o homem foi à Lua. Jim Collier, um jornalista investigativo dos Estados Unidos, reuniu num video suas suspeitas de que não se chegou à Lua em 1969.

Ele analista, por exemplo, as sombras nas imagens que teriam sido transmitidas pelos astronautas da Lua.

Desconfiar de tudo faz parte da natureza humana, assim como a vontade de romper barreiras, de não aceitar o ‘impossível’ como limite intransponível.

E que sorte que nós temos: aí está todo um Universo ao nosso alcance.

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