quarta-feira, 22 de abril de 2009

24/Maio

24/maio – Dia da Infantaria

 Menino nascido em casa humilde, em 24 de maio de 1810, experimentado na dureza do sertão, fisionomia circunspecta de caboclo cearense, pele curtida de sol, mente ágil e disciplinada, Antônio de Sampaio muito cedo deixou Tamboril – vila situada no interior do Ceará – para alistar-se em um batalhão de caçadores na cidade de Fortaleza. No Exército, aprendeu depressa o ofício da guerra, preparando-se para um destino que viria a ser construído em campos de batalha. Recebeu o batismo de fogo enfrentando rebeliões nas ruas. Travou combate contra os cabanos, os balaios, os farrapos e os praieiros na pacificação do Pará, Maranhão, Rio Grande do Sul e Pernambuco.

    Esse intrépido nordestino organizou e comandou a famosa Divisão Encouraçada na Guerra da Tríplice Aliança. Com seus destemidos soldados, cruzou o rio Paraná, invadiu o território inimigo, lutou em Estero Bellaco. Dias depois, sua 3a Divisão de Infantaria empenhava-se na Batalha de Tuiuti, o maior confronto militar registrado na história da América do Sul. As forças aliadas conquistaram penosamente a vitória, mas Sampaio, ferido três vezes no transcurso dos combates, teve de ser substituído e transportado para Buenos Aires a bordo do barco Eponina. A gravidade dos ferimentos levou-o à morte. Tinha 56 anos.

    Seus restos mortais foram repatriados inicialmente para o Rio de Janeiro e depois para o Ceará. Encontram-se, hoje, no Panteón edificado em frente ao Quartel-General da 10a Região Militar, em Fortaleza.

 Cronologia:

24 de maio de 1810: Nasce em Tamboril (CE)
1830: Alista-se no 22o Batalhão de Caçadores, em Fortaleza
1835: Enfrenta a Cabanagem. Promovido a 1o sargento
1839: Promovido a alferes e a tenente, como recompensa por sua atuação contra a Balaiada
1843: Promovido a capitão
1844: Participa da Guerra dos Farrapos
1852: Atua nas Campanhas do Uruguai e de Buenos Aires. Promovido a major por merecimento
1855: Ascende a tenente-coronel por merecimento
1861: Promovido a coronel por merecimento
1864: Chega ao generalato
1865: Promovido a brigadeiro
1866: Campanha da Tríplice Aliança. Mortalmente ferido na Batalha de Tuiuti, em 24 de maio
1962: Oficializado como Patrono da Infantaria
1996: Repouso final na Fortaleza de N.S. Assunção

As unidades da Infantaria brasileira distinguem-se por diferentes especialidades: Motorizada, Blindada, Pára-quedista, Leve (Aeromóvel), de Selva, de Montanha, de Caatinga, de Polícia do Exército, de Guarda. São adestradas para combater em diversos tipos de terreno, em qualquer parte do território nacional.

Sua missão básica, no ataque, é destruir ou capturar o inimigo, empregando o fogo, o movimento e a ação de choque. Na defensiva, mantém o terreno e contra-ataca. Tem por característica essencial a aptidão para combater a pé em todos os tipos de terreno, podendo deslocar-se para os lugares mais remotos – desde que receba meios de transporte adequados – e operar sob quaisquer condições meteorológicas.

Neste século, nossos infantes integraram a Força Expedicionária Brasileira, durante a II Guerra Mundial. A 1ª Divisão de Infantaria Expedicionária conquistou o respeito de aliados e adversários com vitórias alcançadas em território europeu, como a de Monte Castelo e a de Montese.

Os infantes brasileiros podem ser encontrados na Amazônia, no sertão nordestino, nos pampas, nas montanhas, no pantanal, nos montes. Em qualquer lugar, não importa quão longe esteja. Basta que haja uma missão.

A unidade militar do Exército, em Foz do Iguaçu, é de Infantaria Motorizada.

Há 72 anos, a presença militar da região começou sob o nome de Companhia Independente de Foz do Iguaçu, e assim permaneceu até 1943. Segundo registros históricos, em 1943 se usou pela primeira vez o nome de batalhão para a estrutura militar em Foz. O nome completo era 1º Batalhão de Fronteira (1º B Fron). E assim como Batalhão de Fronteira, o popular quartel permaneceu até 1980, quando passou a assumir o nome atual de 34º Batalhão de Infantaria Motorizado, tendo como atual comandante, o Coronel de Infantaria, Rogel Abib Zattar.

 24/maio – Dia do Datilógrafo

O datilógrafo, conhecido e valorizado por dominar o método da escrita cega-memorização eficiente das fileiras do teclado e utilizados dos dez dedos sem necessidade de visualização das teclas – comemora-se o seu dia.

Considerado por muitos como uma profissão em declínio, a datilografia ainda continua presente em vários concursos públicos do país, como para aqueles para Escrevente do Tribunal de Justiça, Escrevente Técnico Judiciário, Escrivão de Polícia, Auxiliar Administrativo e Secretária, em que a prova de prática de datilografia tem caráter eliminatório.

Essa exigência deve-se ao fato de que em um minuto fóruns ainda se trabalha com as velhas máquinas de escrever.

24/maio – Dia do Telegrafista

O telegrafista trabalha nas estações telegráficas, transmitindo e recebendo mensagens, por meio de um código próprio, o código Morse, assim chamado em homenagem ao inventor do aparelho e do seu código de comunicação. 

O telégrafo foi o primeiro aparelho utilizado para comunicação a distância. Foi inventado em 1832 pelo norte-americano Samuel Morse (1791-1872) e patenteado em 1840. Em 1866, o primeiro cabo telegráfico submarino passou a ligar permanentemente a Europa à América. Daí em diante, as tecnologias de comunicação a distância evoluíram com rapidez. Guilherme Marconi criou o telégrafo sem fio em 1896, emitindo e captando sinais a centenas de metros de distância. Esse foi o passo decisivo para a expansão das telecomunicações. 

Antes de inventar o telégrafo, Samuel Morse foi pintor de grande talento. Estudou artes na Inglaterra, fez exposições na Academia Real de Londres, pintou retratos de muitos cidadãos importantes de sua época e foi professor catedrático de pintura e escultura na Universidade de Nova York. 

Quando esteve em Paris, Morse começou a estudar eletricidade e se tornou físico, desenvolvendo seus próprios experimentos num pequeno laboratório improvisado. Seu objetivo era criar um sistema elétrico capaz de enviar mensagens a longas distâncias. Assim, acabou inventando o telégrafo, um aparelho capaz de transmitir sinais através de um circuito eletromagnético. 

Depois, Morse inventou um código: um sistema de pontos e espaços que, combinados, podem representar letras e números. Quando atingiu seu máximo aperfeiçoamento, o código Morse pôde ser transmitido a uma velocidade de dez palavras por minuto. 

Embora o telégrafo não seja utilizado tão largamente nos dias de hoje, o código Morse continua a ser empregado nos aviões e nos navios, sobretudo quando há necessidade de comunicação em situações de emergência.

24/maio – Dia do Vestibulando

Quem já passou por isso sabe, conhece ou pelo menos tem vaga lembrança da angústia, da expectativa, do nervosismo que antecede à entrada na faculdade. Sensações desnecessárias, sem dúvida, mas, infelizmente, inevitáveis e até naturais. Como não ficar nervoso diante de um mundo novo que ainda não dominamos? No qual estamos prestes a entrar? Dia 24 de maio, comemora-se essa passagem, essa via de acesso à vida profissional que é percorrida pelo vestibulando. Comemoramos o vestibulando! Vivendo mais uma etapa na sua trajetória estudantil rumo ao futuro que escolheu. Sim, porque a partir da escolha de uma profissão, estará delimitando o tipo de vida que deseja ter dali para frente. Assim como a escolha da instituição na qual vai ingressar determina o tipo de profissional que será no mercado de trabalho. Percebe-se, então, que não se trata de um momento qualquer na vida de um adolescente recém-saído do Ensino Médio, de um simples x na letra a ou b. Mas de um período muito importante. Merece, portanto, a devida atenção.

Como Escolher uma Profissão

Antes de tudo, o ideal é tomar conhecimento dos próprios interesses, levando em conta tanto matérias de escola quanto o que se gosta de fazer nas horas vagas, como ler, cuidar de plantas, juntarem fotos ou planejar viagens. Depois, procurar perceber, dentre as coisas em que mais encontra prazer, aquelas que se repetem com mais freqüência no seu dia a dia ou consideradas cruciais para a sua vida.

No filme Mudança de Hábito 2, a personagem interpretada por Whoopi Goldberg dá uma dica importantíssima a esse respeito: ela diz à aluna indecisa de cantar no coral da escola que se uma pessoa acorda pela manhã e a primeira coisa que pensa é em cantar e que não poderia viver sem isso, como não poderia viver sem ar, então ela é uma cantora. Pois então, é por aí, mesmo. Pensar em algo que já se gostava de fazer na infância, que se continua gostando e que se consegue imaginar fazendo no futuro é um caminho e tanto para se optar por uma profissão.

Não devemos esquecer, contudo, de nossas reais possibilidades para exercer um trabalho. Podemos gostar de cantar no chuveiro, mas temos de estar atenta ao fato de possuirmos ou não uma boa voz ou se somos do tipo afinado ou desafinado. É uma questão de bom senso.

Outra dica que funciona é saber com clareza o tipo de vida que desejamos ter. Por exemplo: morar na cidade ou no interior? Trabalhar sozinho ou em grupo? Viajando muito ou num único lugar? Casado e com filhos ou solteirão? São perguntas simples, mas que ajudam muito na hora da escolha. Que tal começar a refletir sobre suas preferências agora mesmo? Só demora o tempo de pensar e não custa nada. É de graça. Bons pensamentos e boa escolha!

O Mercado de Trabalho

revolução tecnológica que presenciamos no mundo trouxe muitas vantagens, não resta dúvida, mas trouxe também de quebra o crescimento do desemprego. A conseqüência foi uma maior disputa por uma vaga nas empresas. Estas, em contrapartida, aumentaram o grau de exigência para a contratação.

Outra mudança constatada se deu nas relações trabalhistas. Um empregado, hoje, é mais valorizado pela sua disposição e potencialidade em aprender do que pelo seu nível de especialização. A regra agora é estudar sempre e estar atento às novas tendências do mercado em que se está atuando.

Atualmente, as empresas estão valorizando capacidades extra-acadêmicas, ou seja, aquelas que nenhuma escola ou nenhum professor poderiam ensinar, como facilidade de se relacionar com as pessoas, raciocínio prático, flexibilidade ou adaptação.

O que, no passado, era considerado negativo, hoje conta pontos a favor. Exemplos: variar de função dentro de uma mesma empresa, trabalhar como autônomo e até mesmo trocar de emprego. Ter conhecimentos de informática e de pelo menos uma língua estrangeira também ajuda bastante. Isto porque, na era da globalização, oportunidades no exterior estão surgindo aos montes. Boa Sorte!

O Método do Estudo

Estudante é tudo igual, certo? Não, senhor, errado. Existem tipos de vestibulando que se diferenciam na hora de estudar. Tem aquele que precisa de absoluto silêncio para se concentrar e outro que não dispensa um heavy metal como trilha sonora de fundo. Seja lá qual for a sua opção, saiba que o importante é que você se sinta bem e relaxado na hora de estudar. Estudo + prazer = bons resultados.

Partindo daí, é legal saber o horário em que a cabeça de cada um funciona melhor e se estudar em grupo ou separado ajuda ou prejudica. O lugar do estudo também é fundamental para um aproveitamento adequado. Prefere em casa, numa biblioteca ou só em sala de aula?

De qualquer forma, um conselho é válido para todo independente do perfil: é recomendável que o estudante tenha hora para tudo, desde namorar até dormir e, logicamente, estudar. Mantendo, se possível, esses horários certos nos fins de semana, para não perder o pique.

Naturalmente que os horários irão mudar, de acordo com o relógio biológico de cada vestibulando, se ele for mais diurno, adepto das tardes ou mais chegado a estudar à noite ou de madrugada.

No geral, há três perfis de estudante:

1. Metódico

estudante metódico divide e organiza tudo e precisa de total ausência de barulho.

2. Intuitivo

estudante intuitivo estuda português e geografia ao mesmo tempo, além de buscar informações em qualquer parte, seja na TV, na internet ou em vídeo.

3. Global.

Já o estudante global, não só relaciona fatos que aparentemente não "batem", como ainda desenvolve idéias com facilidade.

Para os três, a mesma dica: estudo, determinação e fé.

Vemos-nos na faculdade...

Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

24/maio – Dia Nacional do Café

A lenda do café

Não há evidência real sobre a descoberta do café, mas há muitas lendas que relatam sua possível origem.

Uma das mais aceitas e divulgadas é a do pastor Kaldi, que viveu na Absínia, hoje Etiópia, há cerca de mil anos. Ela conta que Kaldi, observando suas cabras, notou que elas ficavam alegres e saltitantes e que esta energia extra se evidenciava sempre que mastigavam os frutos de coloração amarelo-avermelhada dos arbustos existentes em alguns campos de pastoreio.

O pastor notou que as frutas eram fonte de alegria e motivação, e somente com a ajuda delas o rebanho conseguia caminhar por vários quilômetros por subidas infindáveis.

Kaldi comentou sobre o comportamento dos animais a um monge da região, que decidiu experimentar o poder dos frutos. O monge apanhou um pouco das frutas e levou consigo até o monastério. Ele começou a utilizar os frutos na forma de infusão, percebendo que a bebida o ajudava a resistir ao sono enquanto orava ou em suas longas horas de leitura do breviário. Esta descoberta se espalhou rapidamente entre os monastérios, criando uma demanda pela bebida. As evidências mostram que o café foi cultivado pela primeira vez em monastérios islâmicos no Yemen.

A cultura da bebida café

Segure uma xícara exalando o aroma de um bom café e você estará com a história em suas mãos.

Apenas um pequeno gole dessa saborosa bebida fará com que você possa fazer parte de uma enorme cadeia de produção, romantismo e lances de muito arrojo, iniciada há mais de mil anos na Etiópia.

O hábito de tomar café foi desenvolvido na cultura árabe. No início, o café era conhecido apenas por suas propriedades estimulantes e a fruta era consumida fresca, sendo utilizada para alimentar e estimular os rebanhos durante viagens. Com o tempo, o café começou a ser macerado e misturado com gordura animal para facilitar seu consumo durante as viagens.

Em 1000 d.C., os árabes começaram a preparar uma infusão com as cerejas, fervendo-as em água. Somente no século XIV, o processo de torrefação foi desenvolvido, e finalmente a bebida adquiriu um aspecto mais parecido com o dos dias de hoje. A difusão da bebida no mundo árabe foi bastante rápida. O café passou a fazer parte do dia-a-dia dos árabes sendo que, em 1475, até foi promulgada uma lei permitindo à mulher pedir o divórcio, se o marido fosse incapaz de lhe prover uma quantidade diária da bebida. A admiração pelo café chegou mais tarde à Europa durante a expansão do Império Otomano.

O café no Brasil

O café chegou ao norte do Brasil, mais precisamente em Belém, em 1727, trazido da Guiana Francesa para o Brasil pelo Sargento-Mor Francisco de Mello Palheta a pedido do governador do Maranhão e Grão Pará, que o enviara às Guianas com essa missão. Já naquela época o café possuía grande valor comercial.

Palheta aproximou-se da esposa do governador de Caiena, capital da Guiana Francesa, conseguindo conquistar sua confiança. Assim, uma pequena muda de café Arábica foi oferecida clandestinamente e trazida escondida na bagagem desse brasileiro.

Devido às nossas condições climáticas, o cultivo de café se espalhou rapidamente, com produção voltada para o mercado doméstico. Em sua trajetória pelo Brasil o café passou pelo Maranhão, Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Minas Gerais. Num espaço de tempo relativamente curto, o café passou de uma posição relativamente secundária para a de produto-base da economia brasileira. Desenvolveu-se com total independência, ou seja, apenas com recursos nacionais, sendo, afinal, a primeira realização exclusivamente brasileira que visou a produção de riquezas.

Em condições favoráveis a cultura se estabeleceu inicialmente no Vale do Rio Paraíba, iniciando em 1825 um novo ciclo econômico no país. No final do século XVIII, a produção cafeeira do Haiti -- até então o principal exportador mundial do produto -- entrou em crise devido à longa guerra de independência que o país manteve contra a França. Aproveitando-se desse quadro, o Brasil aumentou significativamente a sua produção e, embora ainda em pequena escala, passou a exportar o produto com maior regularidade. Os embarques foram realizados pela primeira vez em1779, com a insignificante quantia de 79 arrobas. Somente em 1806 as exportações atingiram um volume mais significativo, de 80 mil arrobas.

Por quase um século, o café foi a grande riqueza brasileira, e as divisas geradas pela economia cafeeira aceleraram o desenvolvimento do Brasil e o inseriram nas relações internacionais de comércio. A cultura do café ocupou vales e montanhas, possibilitando o surgimento de cidades e dinamização de importantes centros urbanos por todo o interior do Estado de São Paulo, sul de Minas Gerais e norte do Paraná. Ferrovias foram construídas para permitir o escoamento da produção, substituindo o transporte animal e impulsionando o comércio inter-regional de outras importantes mercadorias. O café trouxe grandes contingentes de imigrantes, consolidou a expansão da classe média, a diversificação de investimentos e até mesmo intensificou movimentos culturais. A partir de então o café e o povo brasileiro passam a ser indissociáveis.

A riqueza fluía pelos cafezais, evidenciada nas elegantes mansões dos fazendeiros, que traziam a cultura européia aos teatros erguidos nas novas cidades do interior paulista. Durante dez décadas o Brasil cresceu, movido pelo hábito do cafezinho, servido nas refeições de meio mundo, interiorizando nossa cultura, construindo fábricas, promovendo a miscigenação racial, dominando partidos políticos, derrubando a monarquia e abolindo a escravidão.

Além de ter sido fonte de muitas das nossas riquezas, o café permitiu alguns feitos extraordinários. Durante muito tempo, o café brasileiro mais conhecido em todo o mundo era o tipo Santos. A qualidade do café santista e o fato de ser um dos principais portos exportadores do produto determinaram a criação do Café Tipo Santos.

Implantado com o mínimo de conhecimento da cultura, em regiões que mais tarde se tornaram inadequadas para seu cultivo, a cafeicultura no centro-sul do Brasil começou a ter problemas em 1870, quando uma grande geada atingiu as plantações do oeste paulista provocando prejuízos incalculáveis.

Depois de uma longa crise, a cafeicultura nacional se reorganizou e os produtores, industriais e exportadores voltaram a alimentar esperanças de um futuro melhor. A busca pela região ideal para a cultura do café se estendeu por todo o país, se firmando hoje em regiões do Estado de São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Espírito Santo, Bahia e Rondônia. O café continua hoje, a ser um dos produtos mais importantes para o Brasil e é, sem dúvida, o mais brasileiro de todos. Hoje o país é o primeiro produtor e o segundo consumidor mundial do produto.

O Trajeto do Cultivo do Café no Brasil

O primeiro plantio ocorreu em 1727, no Pará. Devido às nossas condições climáticas, o cultivo de café se espalhou rapidamente.

O ponto de partida das grandes plantações foi o Rio de Janeiro, com as matas da Tijuca tornando-se grandes cafezais. O café estende-se para Angra dos Reis, Parati e chegou a São Paulo por Ubatuba. Em pouco tempo, o vale do rio Paraíba se tornou a grande região produtora da lavoura cafeeira no Brasil. Esta região com altitude e clima excelentes para o cultivo, possibilitou o surgimento de uma área centralizadora de culturas e população. Subindo pelo rio, o café invadiu a parte oriental da província de São Paulo e a região da fronteira de Minas Gerais. Na época o Rio de Janeiro era o porto de escoamento do produto e centro financeiro.

Entretanto, a cultura do café em áreas com declive acentuado e o total descuido quanto à preservação do solo gerou uma erosão intensa. Por este motivo, as terras se esgotaram rapidamente e a cultura cafeeira migrou para um outro local, o oeste da província de São Paulo, centralizando-se em Campinas e estendendo-se até Ribeirão Preto.

Campinas passou a ser então o grande pólo produtor do país. As culturas estendiam-se em largas superfícies uniformes, cobrindo a paisagem a perder de vista, formando os famosos "mares de café". Na região, os cafezais sofriam menos com esgotamento dos solos pela superfície plana da região, que facilitava ainda a comunicação e o transporte e proporcionava uma concentração da riqueza. Enquanto no Vale do Paraíba foi estabelecido um sistema complexo de estradas férreas, nessa nova região foi implantada uma boa rede de estradas rodoviárias e ferroviárias. Com este novo pólo produtor, o café mudou seu centro de escoamento, sendo toda a produção do oeste paulista a enviada a São Paulo e depois exportada a partir do porto de Santos.

 A cafeicultura no centro-sul do Brasil enfrentou problemas em 1870, quando uma grande geada atingiu as plantações do oeste paulista provocando grandes prejuízos, e, mais tarde, durante a crise de 1929. No entanto, após se recuperar das crises, a região se manteve como importante centro produtor. Nela se destacam quatro estados produtores: Minas Gerais, São Paulo, Espírito Santo e Paraná. Como a busca pela região ideal para a cultura do café cobriu todo o país, a Bahia se firmou como pólo produtor no Nordeste e a Rondônia na região Norte.

As grandes fazendas de café

As plantações de café foram fundadas em grandes propriedades monoculturais trabalhadas por escravos, substituídos mais tarde por trabalhadores assalariados: as grandes fazendas de café.

Estas fazendas ficaram famosas por sua arquitetura típica e seus equipamentos. Tanques em que o grão é lavado logo depois da colheita, terreiros para secagem, máquinas de seleção e beneficiamento fazem parte desse ambiente. A senzala dos escravos ou colônias de trabalhadores livres finaliza a caracterização das fazendas cafeeiras. A fazenda de café, desde a semente até a xícara, era um pequeno mundo, quase isolado.

O desenvolvimento da produção cafeeira esteve intimamente relacionado com a quantidade de mão-de-obra disponível. Para incentivar a produção de café, a administração do Estado de São Paulo fez da questão imigratória o projeto central de suas atividades, estabelecendo um sistema que oferecia auxílio formal à imigração européia, principalmente à italiana. Por meio de um programa que cuidava da propaganda em seu país de origem, os imigrantes eram trazidos desde seu domicílio na Europa até a fazenda de café. A imigração ajudou na conquista de áreas ainda não exploradas, permitindo rápido desenvolvimento do Estado de São Paulo.

Com a mão-de-obra imigrante a cultura ganhou impulso e durante três quartos de século, quase toda riqueza do país se concentrou na agricultura cafeeira. O Brasil dominava 70% da produção mundial e ditava as regras do mercado. Nessa época os fazendeiros de café se tornaram a elite social e política, formando umas das últimas aristocracias brasileiras. A opulência dos plantadores de café permitiu a construção dos grandes e bonitos casarões das fazendas e de mansões na cidade de São Paulo e financiou a industrialização no sudeste do país.

A CRISE DE 29

A quebra na bolsa de Nova York em outubro de 29 foi um golpe para a estabilidade da economia cafeeira.

O café não resistiu ao abalo sofrido no mundo financeiro e o seu preço caiu bruscamente. As lavouras de café enfrentaram a verdadeira dimensão do mercado.

Nesse processo, milhões de sacas de café estocadas foram queimadas e milhões de pés de café foram erradicados, na tentativa de estancar a queda contínua de preços provocada pelos excedentes de produção.

Quando a economia mundial conseguiu se recuperar do golpe de 1929, o Sudeste do país voltou a crescer, desta vez com perspectivas lastreadas na cafeicultura e na indústria, que assumia parcelas maiores da economia. O café retomou sua importante posição nas exportações brasileiras e, mesmo perdendo mercado para outros países produtores, o país ainda se mantém como maior produtor de café do mundo.

Das suas épocas áureas, ainda nos restam às belas sedes das fazendas coloniais, um extenso material técnico-científico, plantações centenárias e o hábito nacional do cafezinho.

O CAFÉ BRASILEIRO NA ATUALIDADE

Atualmente o Brasil é o maior produtor mundial de café, sendo responsável por 30% do mercado internacional de café, volume equivalente à soma da produção dos outros seis maiores países produtores. É também o segundo mercado consumidor, atrás somente dos Estados Unidos.

As áreas cafeeiras estão concentradas no centro-sul do país, onde se destacam quatro estados produtores: Minas Gerais, São Paulo, Espírito Santo e Paraná. A região Nordeste também tem plantações na Bahia, e da região Norte pode-se destacar Rondônia.

A produção de café arábica se concentra em São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Bahia e parte do Espírito Santo, enquanto o café robusta é plantado principalmente no Espírito Santo e Rondônia.

As principais regiões produtoras no Estado de São Paulo são a Mogiana, Alta Paulista Região de Piraju. Uma das mais tradicionais regiões produtoras de café, a Mogiana está localizada ao norte do estado, com cafezais a uma altitude que varia entre 900 e 1.000 metros. A região produz somente café da espécie arábica, sendo que as variedades mais cultivadas são o Catuaí e o Mundo Novo. Localizada na região oeste do estado, a Alta Paulista tem uma altitude média de 600 metros. A região é produtora de café arábica, sendo que a variedade mais cultivada é a Mundo Novo. A região de Piraju, a uma altitude média de 700 metros, produz café arábica, com cerca de 75% sendo da variedade Catuaí, 15% da variedade Mundo Novo e 10% de novas variedades, como Obatã, Icatu, entre outras.

Em Minas Gerais, as principais regiões produtoras são: Cerrado Mineiro, Sul de Minas, Matas de Minas e Jequitinhonha. A altitude média do Cerrado Mineiro é de 800 metros e dentre a café arábica cultivado, a predominância é de plantas das variedades Mundo Novo e Catuaí. O Sul de Minas também produz apenas café arábica e a altitude média é de aproximadamente 950 metros. As variedades mais cultivadas são o Catuaí e o Mundo Novo, mas também há lavouras das variedades Icatu, Obatã e Catuaí Rubi. A região das Matas de Minas e Jequitinhonha estão a uma altitude média de 650 metros e possuem lavouras de arábica das variedades Catuaí (80%), Mundo Novo, entre outras.

O Paraná chegou a ter 1,8 milhão de hectares dedicados ao cultivo de café. Hoje esse número é de apenas 156 mil hectares, mas o café ainda está presente em aproximadamente 210 municípios do estado e é responsável por 3,2% da renda agrícola paranaense. O café é cultivado nas regiões do Norte Pioneiro, Norte, Noroeste e Oeste do Estado. As áreas de cultivo são muito extensas, o que justifica a grande variação de altitudes. A altitude média é de aproximadamente 650 metros, sendo que na região do Arenito, próximo ao rio Paraná, a altitude é de 350 metros e na região de Apucarana chega a 900 metros. No Estado é cultivada a espécie arábica e as variedades predominantes são Mundo Novo e Catuaí.

A cafeicultura na Bahia surgiu a partir da década de 1970 e teve uma grande influência no desenvolvimento econômico de alguns municípios. Há atualmente três regiões produtoras consolidadas: a do Planalto, mais tradicional produtora de café arábica; a Região Oeste, também produtora de café arábica, sendo uma região de cerrado com irrigação e a Litorânea, com plantios predominantes do café robustas (variedade Conillon). Na Região Oeste, um número expressivo de empresas utilizando alta tecnologia para café irrigado vem se instalando, contribuindo, assim, para a expansão da produção em áreas não tradicionais de cultivo e consolidando a posição do Estado como o quinto maior produtor com, aproximadamente, 5% da produção nacional. No parque cafeeiro estadual predomina a produção de café Arábica com 76% da produção (com 95% sendo da variedade Catuaí) contra 24% de Café Robusta.

No Espírito Santo, os principais municípios produtores são Linhares, São Mateus, Nova Venecia, São Gabriel da Palha, Vila Valério e Águia Branca. O café foi o produto responsável pelo desenvolvimento de um grande número de cidades no Estado. São cultivadas no estado as espécies arábica e robusta (Conillon), tendo sido marcante a produção desta última, que se expandiu principalmente nas regiões baixas, de temperaturas elevadas. Atualmente as lavouras de robusta ocupam mais de 73% do parque cafeeiro estadual e respondem por 64,8% da produção brasileira da variedade. O Estado coloca o Brasil como segundo maior produtor mundial de Conillon.

No Estado de Rondônia a produção de café está concentrada nas cidades de Vilhena, Cafelândia, Cacoal, Rolim de Moura e Ji-Paraná. No cenário nacional, Rondônia representa o sexto maior estado produtor e o segundo maior estado produtor de café Robusta, com uma área de 165 mil hectares e uma produção de 2,1 milhões de sacas, constituídas exclusivamente pelo café robusta (variedade Conillon).

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